sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Após algum tempo, olha eu aqui outra vez... Desta vez com alguns artigos super interessantes.

Confira.

Artigo / Opinião
50 anos da vitoriosa revolução cubana

Por Expedito Solaney*

O companheiro Raul Castro, ante a realidade atual e consciente da perspectiva de dar continuidade ao legado da revolução, diz que tem de trabalhar unido para seguir adiante com o mesmo espírito de luta e firmeza destes 50 anos de conquistas, resistência, avanços e, sobretudo da solidariedade. Cuba está saindo de período difícil por motivos dos desastres naturais, foi fortemente atingida por três furacões de grandes proporções em 2008, destruindo parte de sua infraestrutura e habitações. O mundo inteiro se solidarizou num gesto de reciprocidade com um país que tem a solidariedade como marca. Cuba sobreviveu a outras longas e piores tentativa de destruição, sairá desta também!
Influenciados por um modelo ou padrão de notícias, a imprensa tem pautado o aniversário da revolução cubana com dois eixos, o primeiro que não existe democracia na ilha e o segundo que o novo presidente dos Estados Unidos pretende rever embargo com uma condição: garantir a democracia na ilha. Nenhuma matéria fala dos indicadores sociais nem da felicidade e orgulhos que os cubanos tem da revolução, é incrível, as matérias sempre tratam de denegrir a imagem de Cuba e das conquistas resultantes da revolução, tentam passar a imagem de miséria e dizer que existe ali uma ditadura. O povo cubano não é passivo e a revolução foi construída justamente para derrubar um despota que transformou a ilha em um cassino.
Os cubanos têm um nível cultural bem acima da média do povo brasileiro, essa é uma constatação irrefutável. Tive a oportunidade de ir a Cuba recentemente para participar do VII encontro hemisférico contra os tratados de livre comércio – promovido pela Aliança Social Continental e organizado pela Central de Trabalhadores de Cuba, e, nesta oportunidade conheci escolas, entrei em diversos lugares, conversei com cubanos de forma tranqüila e fui muito bem recebido por aquele educado e culto povo.
Procurei crianças e adultos de pés no chão, mendigando, dormindo debaixo de marquises, casas miseráveis. Mas, como bem informa o governo em vistosas propagandas que só elevam a autoestima daquele povo:”Esta noite, 200 milhões de crianças dormirão nas ruas do mundo. Nenhuma é cubana". Outra: "A cada ano, 80 mil crianças morrem vítimas de doenças evitáveis. Nenhuma delas é cubana". Sabemos que milhares delas são brasileiras, a 8ª economia do mundo.
O processo eleitoral, onde se elege o Parlamento, contou com 95% de participação no processo eleitoral em 2008, e lá o voto não é obrigatório. O Partido Comunista Cubano não é uma organização eleitoral e, portanto, não se apresenta nas eleições e nem postula candidatos. Os candidatos são tirados diretamente de assembléias públicas nas diversas formas de organizações existentes: do bairro, das mulheres, jovens, estudantes, campesinas, que depois vão se reunindo por região, Estado e finalmente, no nível nacional. Estes representantes nacionais elegem o presidente e o vice. Todos os representantes podem ser destituídos, a qualquer momento, pelas suas bases, caso não estejam respondendo ao projeto de sua eleição. No processo de 2008, 46% dos eleitos são mulheres (e no Brasil conseguimos as cotas de 30% para concorrer!!). As estruturas de funcionamento são mais próximas de uma democracia direta e participativa. Parece-me um contra-senso chamar este processo de anti-democratico ou de ditadura. Seguramente, é diferente da democracia burguesa, em que após colocar o voto na urna "finda" a obrigação do eleitor.

Fonte: Fonte: Blog do Jamil - disponível em: http://jc.uol.com.br/blogs/blogdejamildo/artigos.php - POSTADO ÀS 12:07 EM 08 DE Janeiro DE 2009

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